terça-feira, 29 de julho de 2008

Lágrimas Sufocadas

Perdi a tua carta , tinha-a , mas não sei onde coloquei a desgraçada, a resposta ao teu sentimento estava nela, fique bastante aborrecido, arrumei-a antes de sair com todos os nossos bons momentos, sinto-me neste momento tão perdido como a tua carta, num lugar onde não posso ser tocado ou ser lido pelos lábios de ninguém, soluço palavras esquecidas, amachucado entre espaços intermédios de boas recordações, vou vivendo de sons e, postado em qualquer sitio tento chamar por ti, mas não ouves, olho para ti, mas tu não me vês, lembraste de mim....???
Lembro-me quando escrevias em mim sentimentos, carinhos, beijos, e me abrias e lias vezes sem conta, ....

Ori Peters

Depois de Morto

Puxem-me!!
Puxem-me!!
Gritos desesperados, abri momentos choro, raiva, revolta e silêncio, ali verto de forma idêntica ao meu nascer, escuridão, esquecimento, sem dor, nem imaginário, assustado com tanta desconfiança e incerteza, Puxem-me!!!
Levito energicamente como no ventre de minha mãe, debruço meu corpo perdido num espaço quieto e pequeno, correndo parado, fechando os olhos a estranheza fria, adormecendo sobre vagas de luz penetrante,
Não me puxem mais, pois, acabei de chegar, estava apenas confuso e fintado por um aperto de mentiras e remorsos,num momento de desespero casto....

Ori Peters

Escorregadela Funda

Só queria degustar com os meus olhos o esquecimento aqui tão presente, ora, não ficaria em lágrimas secretas de bons modos , peguei no saco que tenho esquecido à minha esquerda, onde coloco aqueles restos para que tome forma para aquela exposição pública de difícil testemunho, manifesto segundo após segundo subtilmente um encadear de expressões voláteis e curiosas, visito constantemente ironia dos meus pensamentos descobrindo neles devoluções de conhecimento e sabedoria.
Conto ser chamado à queima roupa, por alguém que aproveita o receio e pede-me para ir lá buscar ao meu saquinho cada falha, gosto, pensamento, palmando toda a diferença e esvasiando lentamente sem cerimónias clandestinos sentimentos, .....

Ori Peters

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Teatro Mim

Parece uma peça adaptada dos arquivos de policia, II volume dos primeiros passos de como ter uma crise emancipação.
Disponibilizei recursos emocionais, declarando-me sempre culpado, norma, servi a base de alvoradas borucráticamente altivas, embalado de mão em mau, bocejando silêncios desertos, cuja razão era meter-me na pele de um tipo familiar aos olhos de fora.
Acordei a puxar pela indiferença e por uma hesitante comodidade, corri por entre a fome e a imaginação, aflito, tentei libertar a mágoa, com uma beleza frustada diluida em cobardias ouvidas em tantas outras bocas, n acabei alheio à gravidade da minha posse de miséria, contudo, vejo-me ficando no depois de tudo, que me leva para o nada de bom, numa carruagem cheia teima e rancor...

Ori Peters

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Órbita prestável

Rigorosamente dona de si mesma, ficou naquele dia em cima da cama, exagerada como de costume tentou colocar-me entre as suas pernas por aquela estrada fecunda em mistério , pois a cada momento chegam traços que à paisana nos passam despercebidos , editei um olhar traduzido em malícia e solucei amáveis palavras por entre pés , mãos e braços, divagamos em sinfonias escondidas que em risos e ....., instrumentalizamos o momento, com superior rigor e entoação, e neste subtil efeito a simplicidade tinha uma varanda, espreitei (nos seus olhos) e, correndo vezes sem conta para uma oculta visão, perdia a minha inocência , deitando ao chão o sacana que sempre fui, dando lugar ao homem que me assustava ser, morta a inocência , a mulher bonita fugiu e vi rapidamente a minha iliteracia feminina , tinha acabado de chumbar na cadeira mais fácil, perdão cama...:)
Deitado em chão de pedra, rangendo os dentes com o frio nos meus pés espreitei varanda, contudo chocou contra a minha visão de vazio, olhei uma cara, e outra, vi um espelho de sucessivos lapsos, reflectindo-me suspeita, silêncio mudos, Quero musica!!!

Exigência Rodada

Igual a mim, mas que não sou eu, rasguei-o colocando-o num sitio querendo meigamente dar uma primária chave adulta, a culpa!
Sempre avistando aquele qualquer fragmento de mãe, pai, ou avó , uma falta de valor, perdão Peters, grande intelectual , "mais" valor, nesse sitio onde eu próprio o rasguei , lembrei-me como era constantemente inteiro e passivamente capaz de fazer chorar por falta de amor próprio com uma brevidade de intenções, pois prossigo contribuindo estilhaçando a mente para com aquela imagem póstuma e constante me finta deliciosamente calando os olhos e tapando a minha vista , porque a idade não me deu saber, antes sabor, sempre que então me deleito com o empurrar do saber deste meu sabor.
Até porque para uma misera maravilha no melhor despertar de uma história singela e hilariante que dura assistindo à metáfora de uma renda paga diariamente em sentimentos, com metas ao longo estender de um momento , faltam-me brigas conselheiras e sábios silêncios...

Ori Peters